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Danos na praia de Pau Amarelo, Paulista, PE

DANOS CAUSADOS PELA EROSÃO MARÍTIMA NA PRAIA DE PAU AMARELO, JANGA, PAULISTA-PE

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DAMAGES CAUSED BY THE SEA BEACH EROSION OF PAU AMARELO, JANGA, PAULISTA- PE

Lucilo Chagas Sousa CAMPOS1,2

 

RESUMO

Sabemos que o avanço do mar é um agravante atualmente nas praias de todo o mundo devido ao aumento do volume marítimo pelo derretimento de setores glaciais. As causas encontradas do avanço marítimo estão principalmente relacionadas com o às mudanças do clima feitas pelo homem desde principalmente a Revolução Industrial, à erosão provocada pela movimentação das ondas entre o mar e a costa e a ocupação desordenada da área costeira. Tendo como consequência a invasão de bares, casas, construídos ao longo da orla, pela água.

O presente trabalho demonstrou diferentes métodos de contenção da erosão marítima na praia de Pau Amarelo, onde o avanço ocorreu um recuo da área de orla da mesma, além de provocar destruição dos patrimônios históricos provoca também problemas financeiros ao município.

 

Palavra chave: erosão maritima, praia de Pau Amarelo, avanço do mar

 

ABSTRACT

We know that the advance of the sea is an aggravating currently on beaches around the world due to the increasing volume of maritime sectors by melting glaciers. The causes are found advancing maritime mainly related to climate change made by man since the Industrial Revolution mainly to the erosion caused by the movement of the waves between the sea and the coast and disorderly occupation of the coastal area. Resulting in the invasion of bars, houses, built along the waterfront, water.

This study demonstrated different methods of curbing erosion sea on the beach of Yellow Wood, where the breakthrough occurred a retreat from the edge of the same area, in addition to causing destruction of heritage sites also causes financial problems to the municipality.

 

Keyword: sea erosion, Wood yellow beach, damage

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  1. Autor é graduado em Ciências Com Habilitação Em Biologia pela FUNESO – Fundação de Ensino Superior de Olinda; Campus Universitário S/N - Jardim Fragoso, Olinda (0xx)81 3054-1990 site: www.funeso.com.br
  2. Mestrando em Ciências da Educação e suas Multidisciplinaridade FACNORTE 

 

INTRODUÇÃO

 

Ao longo da historia, o litoral pernambucano vem ocorrendo uma intensa ocupação privada de forma desordenada, onde nos últimos anos o processo de erosão marítima vem agindo nas orlas dos municípios da Região Metropolitana do Recife, principalmente das praias de Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista.

A erosão costeira representa a retirada de sedimentos da costa, podendo ser causada pelas variações do nível do mar e da fonte de sedimentos, modificações no regime de energias das ondas, ou resposta morfodinâmica às atividades antrópicas como os espigões, quebra-mares e portos (Muehe, 1996).

A costa brasileira chega a 8.698 km de extensão, quando se levam em conta todas as reentrâncias (baías, golfos), ampliando em mais de 1.300 km a distância retilínea de 7.635 km (Teixeira, 2004). Segundo o mesmo autor, Pernambuco compreende uma faixa de 187 km de extensão na qual se concentram 44% da população pernambucana. Seu litoral é dividido em três setores: Norte, Metropolitano e Sul. O NORTE (Goiana, Itamaracá, Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Itapissuma e Itaquitinga), METROPOLITANO (Olinda, Recife, Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata, Camaragibe e Moreno) e SUL (Cabo de Sto. Agostinho, Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande) (Figura 1).

            Atualmente os estudos apontam processos erosivos em quase todas as partes do mundo. Na Europa, mais de 20.000 km de litoral estão em processo de erosão (GTÁGUAS, 2008).

            No Brasil, aproximadamente 40% do nosso litoral está sendo consumido pelo mar.

Em Pernambuco não foi diferente. Com o rápido aumento do nível do mar, a área costeira do litoral de Pau Amarelo, Paulista- PE, tem sido continuamente destruída e como consequências desse avanço, é destacada a alteração dos ecossistemas costeiros que afeta a vida marinha nos oceanos, (GTÁGUAS, 2008).

Um exemplo são os manguezais considerados os berços de vida aquática no planeta. Uma elevação do nível do mar pode destruir esses ecossistemas, alterando a sua dinâmica e influindo de maneira muito negativa no ciclo de vida de diversos organismos marinhos.

Outro impacto diz respeito à erosão costeira que ocorre quando o mar transporta parte das praias, onde a faixa de areia se reduz drasticamente dando lugar à pedras, a partes de estruturas de casas, troncos de árvores, etc. (GTÁGUAS, 2008). Segundo Nascimento (2009) o balanço de sedimentos nada mais é do que a aplicação do princípio da continuidade ao transporte e à deposição de sedimentos.

Com isso, fica claro que o avanço do mar torna-se o principal fator para a causa de tais acontecimentos ao longo da orla do litoral dessa região, provocando uma erosão costeira praticamente irreparável. Deste modo, este estudo vem por finalidade analisar os fatores que proporcionam esta erosão costeira nesta região de Pau Amarelo, aliado ao avanço marítimo, e indicar possíveis medidas para que esse fato seja amenizado.

CONTROLE DE EROSÃO NO LITORAL DE PAULISTA

 

            A linha costeira é extremamente dinâmica do planeta. As praias arenosas  constituem um dos dinâmicos ambientes da costa mundial. Uma das definições mais atuais sobre as praias arenosas oceânicas foi formulada por Andrew Short (1999).  Externamente são limitadas pela zona de arrebentação. Dentre as alternativas utilizadas temos:

 

Enrocamento com pedras graníticas

 

            Lançamento de pedras dentro do mar para conter seu avanço criando um talude de estabilização. (Figura 2, 3).

 

Muro de arrimo com pedras graníticas

            Muro feito de alvenaria de pedra granítica com argamassa de cimento e areia, utilizado como paramento para contenção de avanço de mar protegendo a área erodida. (Figura 4)

 

Gabião

 

Utilização de pedra arrumada revestida com tela, para conter o efeito da maré nas áreas afetadas. (Figura 5 e 6)

 

OBJETIVOS

 

Este artigo tem como objetivo geral demonstrar o avanço da erosão costeira na linha de costa da praia de Pau Amarelo.

Os objetivos específicos trabalhados no artigo são:

 

a)      Identificar setores praias com ação antrópica que modificam a linha de costa;

b)      Analisar possíveis áreas de erosão costeira;

c)      Identificar maneiras de contenção empregadas pelo homem;

 

  

MATERIAL E MÉTODO

 

O presente trabalho foi desenvolvido no litoral da praia de Pau Amarelo, com extensão de 2 km de faixa praial, situada no município de Paulista, e porção norte do estado de Pernambuco.  (Figura 7)

O método de abordagem adotado foi o sistêmico, o qual considera a paisagem como resultante da combinação dinâmica de elementos físicos, biológicos e antrópicos, que reagem dialeticamente uns sobre os outros (SACRAMENTO, 2010). Durante as marés de preamar e baixa-mar foi medida mensalmente, num período de 12 meses, sendo três vezes a cada mês, a faixa de praia litorânea com o auxilio de trena e piquetes. As medidas se deram em três pontos ao longo dos 2 km de praia. Foram feitas visitas ao local, anotações e fotografias. A avaliação estatística foi realizada de modo descritivo simples, com a utilização de tabelas e figuras onde se avaliou a relação existente entre ocupação/urbanização da área litorânea da região estudada. Através dessas observações foram feitas sugestões para amenizar os processos de erosões naturais e antrópica.

 

 RESULTADO E DISCUSSÃO

 

Após os 12 meses de pesquisa, foram observados uma redução de 2,66 m de faixa costeira da praia de Pau Amarelo, passando de 11,01m à 8,35m no período estudado (Figura 8 e 9)

A linha da preamar (High Water Line – HWL), a marca deixada pela última maré alta, é identificada pela linha de umidade que separa a praia seca da praia úmida. Essa distinção é realizada através de fotografias aéreas onde são bastante utilizadas para a análise do deslocamento da linha de costa ao longo do tempo e é ideal para locais que possuem um grande acervo temporal de fotografias (Moore, 2000).

            Este é o indicador de linha de costa mais utilizado e mencionado na literatura (Boak & Turner, 2005; Pajak & Leatherman, 2002), em pesquisas sobre modificações temporais e em demarcações de linha de costa (Anders e Byrnes, 1991; Crowell et al., 1991; Dolan et al., 1980; Leatherman, 1983; Morton, 1991; Pajak & Leatherman, 2002; Stafford, 1971; Stockdon et al., 2002; Zhang et al., 2002).

Antes de decidirmos qual alternativa escolher para controlar a erosão litorânea é necessário observar os seguintes fatores:

-     Durabilidade da obra.

- Disponibilidade dos materiais para construção.

- Métodos de transporte e colocação.

- Custos.

- Impactos Ambientais.

- Condições de trabalho.

- Manutenção a longo prazo.

            A importância do monitoramento do mar ao longo do litoral serve não só para gerar dados de observação de todos componentes que interferem no comportamento dos movimentos do mar, como também, utilizá-los para desenvolver modelos de futuras ações preventivas de proteção do continente, preservando-o das ações do avanço do mar.

 

            Vieira (1942) após cinco anos de estudos e observações das marés na Costa do Brasil, já naquela época, defendia a necessidade de se identificar os fatores que entram em jogo produzindo anomalias ao longo de todo litoral, e obter conhecimento sobre os sistemas isobáricos móveis, as posições dos centros ciclônicos e anteciclônicos e as suas atrações em cada situação geográfica.

A construção de obras de contenção na praia pode ser um meio encontrado para proteger a área afetada, onde vale ressaltar que na Praia do Janga foi feita uma contenção. Os impactos causados na região abrangem desde o desequilíbrio ecológico a destruição do patrimônio histórico da cidade e a redução da praia com a perda da paisagem.

Dentre as possíveis soluções para o agravante, seriam a devolução da areia retirada e a desocupação dos imóveis da costa. Onde vale salientar que a interferência humana é o fator principal para o desequilíbrio sedimentar e por consequência o aumento erosivo da área de costa. É necessário impedir desde agora qualquer tipo de construção sobre a área de pós-praia.

 

CONCLUSÃO

 

            A constituição brasileira de 1998, em seu artigo nº 225 assegura que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Publico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

            Nos seus diversos parágrafos estabelece como efetivamente esse direito deve ser preservado bem como prever regulamentações complementares para a perfeita obediência a esse artigo. Resta, portanto à sociedade organizada e suas instituições exigir o cumprimento da legislação no trato das questões ambientais. Assim, sendo cumprida as leis, não precisamos ter que sugerir ações que já são previstas quando se fala de meio ambiente.

            O resultado do trabalho de pesquisa serve, portanto, para mostra que dilema está no campo dos valores. De um lado, interesses cada vez mais a serviço da especulação financeira e cambial, de outro a luta para que os interesses sociais e ecológicos sejam ferramentas para atingir uma melhor qualidade de vida.

            As questões tratadas nesse trabalho mostram que interesses econômicos ainda se sobrepõem aos ambientais, sociais e comunitários quando da implantação de projetos governamentais.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

 

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